Pular para o conteúdo principal

Que tal aprender um novo idioma para turbinar seu cérebro?

A primeira vantagem principal envolve o que é vagamente chamado de função executiva. Isso descreve as habilidades que permitem controlar, direcionar e gerenciar sua atenção, bem como sua capacidade de planejar. Também ajuda você a ignorar informações irrelevantes e se concentrar no que é importante. Como uma pessoa bilíngue tem domínio de dois idiomas, e os idiomas são ativados automática e inconscientemente, a pessoa está constantemente gerenciando a interferência dos idiomas para que não diga a palavra errada no idioma errado na hora errada.

As áreas do cérebro responsáveis por isso também são usadas quando você está tentando completar uma tarefa enquanto há distrações. A tarefa não podia ter nada a ver com linguagem; pode ser tentar ouvir algo em um ambiente barulhento ou fazer alguma tarefa visual. A memória muscular desenvolvida a partir do uso de duas linguagens também pode ser aplicada a diferentes habilidades.Um novo estudo pequeno descobre que a atividade cerebral aumenta quando você começa a aprender uma nova língua, mas se acomoda à medida que você se torna mais proficiente.

Aprender línguas como uma criança é diferente de fazê-lo mais tarde na vida, certo?

Depende. Por muito tempo, pensou-se que a única maneira de realmente aprender um idioma era fazê-lo cedo. Pensava-se que depois da adolescência não se podia aprender um idioma perfeitamente. Você sempre teria sotaque. Mas agora sabemos que isso não é verdade, porque há muitas pessoas que aprendem línguas quando adultas e as aprendem muito bem. Então, isso nos levou a reexaminar o que é aprender uma língua durante a infância que a torna diferente da idade adulta.

“Nos primeiros meses, você pode medir quantitativamente a melhoria da habilidade de linguagem rastreando ativações cerebrais em qualquer idade”, disse o coautor do estudo Kuniyoshi Sakai, neurocientista da Universidade de Tóquio.

O estudo incluiu 15 falantes nativos de idiomas europeus que se mudaram para Tóquio e realizaram as aulas introdutórias de japonês de, pelo menos, três horas por dia.

Todos tinham entre 20 e 30 anos de idade. Eles estudaram inglês quando crianças ou adolescentes, mas nunca estudaram japonês ou viajaram para o Japão.

Após pelo menos oito semanas de aula e, novamente, seis a 14 semanas depois, os voluntários realizaram testes de leitura e escuta de japonês enquanto estavam dentro de um equipamento de ressonância magnética (RM). Ela mediu o fluxo sanguíneo, um indicador de atividade cerebral.

As RM iniciais revelaram um aumento do fluxo sanguíneo em regiões específicas do cérebro. Elas incluíram regiões especializadas em linguagem, incluindo gramática e compreensão, memória e visão.

O aumento do fluxo sanguíneo mostrou que os voluntários estavam se esforçando para reconhecer os caracteres e sons da língua não familiar, explicaram os pesquisadores.

Na segunda rodada de testes, quando os alunos eram mais competentes, os participantes apresentaram uma ativação reduzida no centro de gramática e na área de compreensão, durante os testes de escuta, e nas áreas visuais dos lobos occipitais durante os testes de leitura.
FONTE: Universidade de Tóquio, comunicado à imprensa, 26 de março de 2021

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Carnaval e a Psicologia: Reflexões sobre a Identidade, Liberação e Expressão Emocional

O Carnaval é uma das festas mais emblemáticas e celebradas no Brasil, reconhecido mundialmente por suas cores vibrantes, danças animadas e um ambiente de descontração e alegria. Porém, além de ser um evento cultural e social, o Carnaval também apresenta aspectos profundamente ligados à psicologia humana. Durante essa festividade, as pessoas se entregam a uma experiência coletiva de liberdade, descontração e, muitas vezes, até de transformação pessoal. Neste artigo, exploraremos como o Carnaval pode ser compreendido sob a ótica psicológica, destacando seus impactos nas emoções, na identidade e no comportamento coletivo. A Libertação das Normas Sociais No contexto do Carnaval, há uma suspensão temporária das regras sociais que normalmente regulam os comportamentos. A psicologia social já abordou como as normas sociais influenciam nossas atitudes, comportamentos e interações. Durante o Carnaval, muitas dessas normas são suavizadas, o que cria um ambiente mais permissivo. A fantasia,...

Como entender o trauma a partir de um olhar espiritual?

O trauma e a espiritualidade são temas profundamente conectados, especialmente quando se trata de como as pessoas enfrentam experiências dolorosas e como isso pode impactar sua jornada espiritual. Muitas vezes, o trauma pode afetar a visão de uma pessoa sobre si mesma, os outros e até mesmo a sua relação com o divino ou com a espiritualidade em geral. Como o trauma pode afetar a espiritualidade? 1. **Perda de fé ou crise espiritual**: O trauma pode abalar a fé de uma pessoa, especialmente quando ela se sente abandonada ou questiona o propósito de sofrer. Isso pode gerar uma crise existencial, onde a pessoa questiona se há algum sentido no sofrimento ou se existe um poder superior. 2. **Busca por cura e sentido**: Por outro lado, muitas pessoas buscam na espiritualidade uma maneira de processar o trauma. A prática religiosa ou espiritual pode ser uma fonte de consolo, permitindo que elas encontrem um sentido maior para a dor que experienciaram, ou até mesmo um caminho para a cura em...

Mecanismo de Defesa: Introjeção

A introjeção é um mecanismo de defesa psíquica descrito pela psicanálise, que envolve a internalização de valores, crenças, normas ou sentimentos de outras pessoas, geralmente figuras significativas como pais, professores ou outras autoridades, de forma inconsciente. Essa internalização pode acontecer em resposta a experiências emocionais, influências externas ou contextos que ameaçam a identidade do indivíduo. O Conceito de Introjeção Na psicanálise, a introjeção é entendida como uma forma de defesa do ego diante de um conflito ou ansiedade interna. O conceito foi originalmente formulado por Melanie Klein, psicanalista que teorizou os mecanismos de defesa como formas de lidar com tensões emocionais. Para Klein, a introjeção é o processo em que a pessoa assimila aspectos do mundo externo, como os sentimentos e pensamentos de figuras importantes, e os incorpora como se fossem suas próprias ideias e sentimentos. Essa incorporação pode ser saudável em alguns casos, como quando o indi...