Pular para o conteúdo principal

Ansiedade é para sempre ou há como lidar com este transtorno?

A ansiedade é um sentimento geralmente desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto pela antecipação de perigo, de receio de algo desconhecido ou estranho. Ela aparece em todas as faixas etárias, em qualquer situação econômica, social ou intelectual. Em crianças, por exemplo, o desenvolvimento emocional aparecem no modo como se manifestam os medos e as preocupações, muitas vezes não reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais. Esta ansiedade, em qualquer idade, passa a ser patológica quando estão com sintomas ou reações desproporcionais em relação ao estímulo e interferem negativamente com a qualidade de vida, prejudicando estudos, trabalhos, afazeres cotidianos, convivência no meio social, qualidade do apetite ou sono, inclusive.

A maneira prática de se diferenciar a ansiedade normal ( expectativas boas de viagens, chegadas de amigos, realizações ou organizações de festas ou encontros) da ansiedade patológica é basicamente avaliar a duração da reação ansiosa e se está relacionada ao estímulo do momento ou não.

Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, TDAH, TOC, etc.). Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida de 9% e 15% respectivamente. Nas crianças e adolescentes, os transtornos ansiosos mais frequentes são o transtorno de ansiedade de separação (quando precisam ficar um tempo longe dos pais ou responsáveis), com prevalência em torno de 4%, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) (2,7% a 4,6%) e as fobias específicas (medo de escuro, insetos, pessoas ou situações) (2,4% a 3,3%).

A causa dos transtornos ansiosos é muitas vezes desconhecida e provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos. Entre os indivíduos com esses transtornos, o peso relativo dos fatores causais pode variar. De uma maneira geral, os transtornos ansiosos na infância e na adolescência apresentam um curso crônico, embora flutuante ou episódico, se não tratados.

Na avaliação e no planejamento terapêutico desses transtornos e qualquer idade, é fundamental obter uma história detalhada sobre o início dos sintomas, possíveis fatores desencadeantes (ex. crise conjugal, profissional, perda por morte ou separação, doença na família e nascimento de irmãos). Sugere-se, também, levar em conta o temperamento da pessoa, o tipo de apego que ela tem com seus familiares e amigos, traumas vivenciados em diferentes ambientes e outros fatores psíquicos que podem ser gatilhos emocionais para o aparecimento da ansiedade.

Fato é que este transtorno pode ser minimizado com a ajuda de uma boa psicoterapia e, quando necessário, medicações pontuais para oferecer melhora no bem-estar geral. Se você ou algum familiar ou amigo está apresentando esta condição, não demore em pedir ajuda! A saúde mental é tão importante quanto a física e um bom psicólogo ou psiquiatra com certeza irão ajudar neste momento!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Carnaval e a Psicologia: Reflexões sobre a Identidade, Liberação e Expressão Emocional

O Carnaval é uma das festas mais emblemáticas e celebradas no Brasil, reconhecido mundialmente por suas cores vibrantes, danças animadas e um ambiente de descontração e alegria. Porém, além de ser um evento cultural e social, o Carnaval também apresenta aspectos profundamente ligados à psicologia humana. Durante essa festividade, as pessoas se entregam a uma experiência coletiva de liberdade, descontração e, muitas vezes, até de transformação pessoal. Neste artigo, exploraremos como o Carnaval pode ser compreendido sob a ótica psicológica, destacando seus impactos nas emoções, na identidade e no comportamento coletivo. A Libertação das Normas Sociais No contexto do Carnaval, há uma suspensão temporária das regras sociais que normalmente regulam os comportamentos. A psicologia social já abordou como as normas sociais influenciam nossas atitudes, comportamentos e interações. Durante o Carnaval, muitas dessas normas são suavizadas, o que cria um ambiente mais permissivo. A fantasia,...

Brain Rot: O Impacto da Sobrecarga Mental na Saúde Cognitiva

Nos últimos anos, a expressão "brain rot" (ou "podridão cerebral", em tradução livre) tem sido cada vez mais usada, especialmente nas redes sociais e entre as gerações mais jovens. Ela descreve o que muitos consideram o efeito negativo causado pela exposição prolongada a estímulos repetitivos e superficiais, como os conteúdos virtuais. Embora o termo não tenha uma definição científica precisa, ele serve como uma metáfora para as consequências de uma sobrecarga mental. Neste artigo, exploraremos o conceito de "brain rot", suas possíveis causas e os efeitos que pode ter na saúde mental e cognitiva. O que é o "Brain Rot"? "Brain rot" é um termo coloquial que faz referência à deterioração da função cerebral causada por estímulos excessivos e sem profundidade. Normalmente, é associado ao consumo constante de mídias sociais, vídeos curtos e conteúdo altamente sensacionalista. Esse fenômeno é frequentemente descrito como uma sensação de va...

Impacto da cultura do cancelamento na saúde mental

As redes sociais têm um grande poder de influência na saúde mental, e isso pode se manifestar de várias maneiras: Comparação social: A constante exposição a imagens de vidas aparentemente perfeitas pode gerar sentimentos de inadequação, ansiedade e baixa autoestima. Isso pode levar a um ciclo de comparação constante, que impacta negativamente a autoconfiança. Cyberbullying e críticas: A interação anônima nas plataformas pode resultar em ataques, bullying virtual e comentários negativos. Isso pode afetar profundamente a saúde emocional, gerando sentimentos de insegurança, depressão ou até mesmo transtornos psicológicos mais sérios. Vício e FOMO (Fear of Missing Out): O uso excessivo de redes sociais pode causar vício e gerar uma sensação de estar sempre "perdendo" algo. A ansiedade social também pode ser exacerbada por essa constante conectividade, dificultando a desconexão e o descanso mental. Cancelamento e seus efeitos: O "cancelamento" de pessoas nas redes ...